Resumo
Em Portugal o cancro é a principal causa de morte prematura e a segunda causa de morte em todas as idades. Estima-se que mundialmente a proporção de casos de cancro atribuível a fatores de risco modificáveis exceda um terço dos mesmos.
Através de uma pesquisa aplicada, descritiva e documental elaborou-se um quadro de indicadores alicerçado no modelo DPSEEA, otimizando a utilização da informação disponível para uma leitura da situação e evolução da saúde ambiental em Portugal com impacto na área das doenças oncológicas.
Foram consultados os sites de 41 entidades públicas e selecionados 81 potenciais indicadores. A seleção dos indicadores mais adequados foi efetuada com a colaboração de um painel de peritos, organizados por grupos de forma aleatória e estratificada por áreas de formação. Os indicadores foram classificados numa escala de Likert quanto à validez, solidez, relevância, sensibilidade e qualidade estatística.
Estatisticamente as diferenças nas pontuações observadas para os diferentes indicadores em todas as dimensões são significativas e o conjunto de 3 indicadores escolhidos para cada dimensão é igualmente relevante em 95 % dos mesmos (p<0,05). O desempenho do país foi obtido pela classificação de 0-100 obtida pelo cálculo de três números índice: desempenho,
dimensão e global. O índice desempenho é um índice relativo que considera os resultados dos países da Europa dos 15.
Portugal detém programas de ação para os domínios ambientais presentes que importa revisar procurando a sua otimização e uma efetiva intervenção intersectorial em saúde ambiental da qual resulte a diminuição da exposição a determinantes ambientais oncológicos.
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