Sistema de Vigilância Integrada para Comunidades Contaminadas: uma task force para riscos sindémicos de saúde

Resumo

Atualmente, o mundo enfrenta uma pandemia e desafios globais, como as alterações climáticas, a pobreza, a fome, a perda de biodiversidade, a acidificação dos oceanos e as desigualdades. Neste contexto, infere-se que as sociedades esqueceram um problema antigo e preocupante, a poluição em todas as suas formas. Assim, deve ser estabelecido um plano para lidar com os efeitos da contaminação química, física e biológica. No entanto, esta estratégia não deve ignorar a sindemia causada pela interação da poluição com os demais problemas ambientais, sociais, políticos, económicos e de saúde que a humanidade enfrenta. Da mesma forma, deve contemplar o desafio de iniciar a intervenção a partir da escala local, ou seja, da comunidade. Neste trabalho, apresentamos as conclusões de uma série de colaborações que publicámos nesta revista. Assim como uma estratégia gerada para intervir em processos poluidores a nível comunitário em regiões de alta vulnerabilidade que definimos como Cenários Humanitários, incluindo não apenas comunidades humanas, mas também todos os seres vivos da natureza (esquema de Saúde Global). Essa iniciativa foi denominada de Sistema Vigilância Integrada para Comunidades Contaminadas (SIVICCO), pois incorpora um conjunto de conceitos e ferramentas para prevenir os efeitos negativos da poluição em todas as suas formas e em todas as comunidades. O SIVICCO representa uma estratégia integrada, mas sobretudo, a expressão de um novo civilismo baseado na participação ativa do grupo comunitário com uma perspetiva de direitos humanos.