Estacionalidade do Aspergillus no ar exterior em Badajoz

Resumo

A presença do Aspergillus no ar exterior e interior é importante do ponto de vista da saúde pública. O objetivo do presente trabalho é estudar a abundância sazonal do Aspergillus no ar exterior. Recolheram-se amostras da atmosfera exterior de Badajoz (SO Espanha), na Universidade de Extremadura, durante dois anos, a partir de 25 de março de 2009 até 25 de março de 2011. Foram utilizados três tipos de sensores volumétricos portáteis viáveis: dois sensores Burkard, um com um dispositivo de estrutura cónica (Bc) e outro com uma peneira (Bt), e Sampl’air (AES). O caudal de aspiração foi de 20 litros/minuto para os sensores Burkard e 100 litros/minuto para o AES. Foram utilizados dois tipos de meio de cultura Sabouraud Dextrose Agar (SDA) e extrato de malte Agar (MEA). No primeiro período de amostragem (2009-03-25 a 2010-03-26) operou-se com Bc e Bp e SDA, enquanto no segundo período de amostragem (2010-03-30 a 2011-03-25) operou-se com AES e Bp e MEA. Os dados são fornecidos em unidades formadoras de colônias por metro cúbico (UFC/m³). Foi contabilizado um total de 610 colónias de Aspergillus. A concentração média foi de 17 UFC/m³.Foram identificadas 15 espécies do Aspergillus. As mais frequentes por ordem decrescente foram A. niger, A. candidus, A. fumigatus, A. niveus e A. versicolor. Algumas das espécies são caracterizadas por uma assinalada estacionariedade, com predomínio no outono ou no inverno, ou ausência no verão. Outras não mostraram estacionariedade predominante. Em média a concentração do Aspergillus foi máxima no outono e mínima na primavera, no verão e no inverno os valores foram intermédios. Registaram-se diferenças significativas tendo em conta os três captadores usados (χ²=28.491, p<0.001).